Pelo Twitter, Aluizio ataca Poder Legislativo e provoca crise institucional

Com problemas sérios para resolver (como o surto de coronavírus que se aproxima) o prefeito de Macaé, Dr. Aluízio (PSDB) tem encontrado tempo para "lacrar" no Twitter bem ao estilo "blogueirinho" ou BBB. Na manhã desta sexta-feira, ele tentou dar uma invertida no vereador Marcel Silvano (PT) e acabou criando uma crise institucional com o Poder Legislativo.
Pelo Twitter, Marcel cobrou do prefeito a melhoria da iluminação da Linha Vermelha e publicou foto da via completamente na escuridão. O prefeito, despido do papel de estadista e interpretando o "blogueirinho" respondeu o seguinte. "A gente podia pegar aquela rapaziada que não faz nada na Câmara e ganha um dinheirão e pedir para ajudar" respondeu o prefeito.
A reposta pegou mal. Além de não dar soluções para o problema (afinal, iluminação pública é papel do Poder Executivo e não da "rapaziada da Câmara" ), o prefeito acabou gerando tremendo um mal-esta ao fazer uma acusação sem provas e ainda ofender aos servidores da casa
Agora à tarde, a Casa Legislativa emitiu uma nota oficial repudiando a atitude anti-republicana do prefeito. Veja o texto abaixo:
A Câmara Municipal de Macaé recebeu, com surpresa, as declarações do prefeito Aluízio dos Santos Júnior (PSDB) feitas em seu perfil oficial no Twitter, promovendo ataque ao Poder Legislativo, na noite desta quinta-feira (12). Após o vereador Marcel Silvano (PT), exercendo o papel de fiscalizador da cidade, apresentar um problema de iluminação pública, o chefe do Executivo respondeu com as seguintes palavras: “A gente podia pedir para aquela rapaziada que não faz nada na câmara (sic) e que ganha um dinheirão para ajudar.” Esta Casa rejeita as acusações feitas pelo prefeito e as considera desrespeitosas. Tais atitudes geram uma lamentável instabilidade institucional. Todo vereador tem, não apenas o direito, mas o dever de cobrar soluções dos problemas de interesse público, como iluminação, transporte, saúde, educação, entre outros. A democracia se faz com os poderes instituídos funcionando. Cabe à Câmara, por meio de seus parlamentares, identificar se todos os serviços públicos estão atendendo à coletividade. O Legislativo macaense ressalta que cumpre todas as determinações dos órgãos de controle, como o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e o Ministério Público (MP). Ao nosso ver, o prefeito, que já atuou como legislador no Congresso Nacional, sentir-se incomodado com um parlamentar exercer o seu papel, demonstra desapego aos poderes constituídos democraticamente.