Ter um mandato de quatro anos, com poder político outorgado pelo povo, ou um cargo técnico de salário e poder equivalente, só que vitalício. A escolha parece óbvia, afinal, quem não sonha com uma vaga de conselheiro no Tribunal de Contas, que julga as contas de 91 municípios do Estado (o município do Rio tem Tribunal de Contas próprio, o TCM) Porém, para Chico Machado, menino que nasceu milionário e desde a tenra idade tem investido com força o dinheiro da família em busca de cargos políticos, a decisão não é tão fácil assim. Desde os 16 anos, quando era o único adolescente a frequentar as sessões da Câmara Municipal (tornando-se o vereador mais novo da história da cidade, aos 18), Chico sonha em ser prefeito. Porém, segundo a colunista Berenice Seara, do Jornal Extra, ele pode abandonar o objetivo de sua vida pelo poder de conselheiro.

Apesar de ser um cargo de competência técnica (o que, logicamente, Chico não tem), a vaga de conselheiro do TCE é de indicação política. E, pela Constituição Estadual, cabe à Alerj indicar o próximo a ocupar o cargo. Chico não é advogado nem contador, mas pelo menos conta com um curso superior (é tecnólogo em gestão pública), ao contrário do último indicado da Assembléia, o ex-deputado Domingos Brazão, queridinho do ex-poderoso Jorge Picciani. Se você acompanha o noticiário político da capital já sabe qual foi o fim de Brazão. Tomara que o jovem Chico, caso escolhido conselheiro, não faça como seus antecessores e vá parar atrás das grades.

Lembrando, o cargo de Conselheiro tem as mesmas regalias de um deputado estadual, só que o mandato não expira. São cerca de 30 assessores, com cargos de até R$ 20 mil, verba de gabinete e um respeitoso salário superior a R$ 30 mil mensais, mais benefícios.

Agora, vamos fazer um exercício de futurologia. Já pensou que louco seria se, no ano que vem, as contas do penúltimo ano fiscal do prefeito Dr. Aluízio fossem julgadas, justamente, pelo conselheiro Chico Machado? Taí um quadro que gostaria de noticiar.