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Vereador do PT usa jornalistas como massa de manobra para aprovar censura


Proposta que não prosperou em nível federal, a criação de um Conselho de Comunicação está próxima de se tornar realidade em Macaé, dando a instituições sindicais e movimentos sociais (como o MST) o direito de opinarem sobre o que os veículos de Comunicação de Macaé devem ou não publicar. No Grande Expediente da sessão da Câmara Municipal da última quarta-feira, o auto-declarado "Coletivo de Jornalistas de Macaé", entidade apócrifa, sem representação legal, CNPJ ou reconhecimento de organismos nacionais ou regionais, usou da Tribuna Legislativa para tentar convencer os vereadores a aprovarem a proposta do vereador Marcel Silvano. Só não conseguiram porque os vereadores Cristiano Gelinnho (PTC) e Robson Oliveira (PSDB) levantaram dúvidas pertinentes. Primeiro sobre o coletivo, seu propósito e inclinações políticas; segundo sobre o próprio projeto que esbarra em uma série de questões éticas e legais, como vícios de iniciativa, constitucionalidade, entre outros.

Na Tribuna, estiveram presentes os jornalistas Gerson Dudus e Tathiana Campolina. Aliás, se não fosse a presença de Gerson (um militante petista conhecido de todos há décadas), a farsa seria perfeita. Perfeita porque, no meio de tantos jornalistas mal intencionadas, há gente boa que realmente quer a evolução do jornalismo macaense. Tathiana é uma delas. Sem vínculo político com nenhum vereador, a jornalista é uma das mais brilhantes da cidade. Porém, levada pela "manada" de jornalistas marionetizados por Marcel, ela é uma das muitas que estão sendo usadas apenas como "inocentes úteis" ou massa de manobra. E mais à frente vou explicar o porquê.

No dia 29 de outubro, o jornalista Roberto Barbosa, do portal Viu, publicou uma matéria com diversos prints de conversas do grupo de Whatsapp do Coletivo (leia aqui)  denunciando a conexão indecente entre o Sindipetro, o coletivo e o gabinete de Marcel. E o elo que liga estas três pontas é a assessora de imprensa do Sindicato, Fernanda Viseu, que atuou como coordenadora e foi doadora de campanha de Marcel nas últimas eleições. Não a toa, o Sindipetro tem sido usado como ponto de encontro do Coletivo  e Fernanda tem atuado como uma espécie de "líder da manana". Tudo para disfarçar a mão invisível do verdadeiro chefe, que é o Marcel.

O coletivo, ora usado por Marcel, tenta tutelar a opinião de todos os profissionais de comunicação da cidade. Porém,  41 profissionais de imprensa se manifestaram contra a criação do coletivo em carta. O documento foi entregue, em mãos a cada um dos vereadores, mais foi sumariamente ignorado. Neste documento, estão a assinaturas de jornalistas, radialistas, colunistas, blogueiros, empresários e vários trabalhadores da cadeia de comunicação explicando suas contrarrazões ao projeto. A carta chegou a ser lida por Robson Oliveira em plenário, mas Marcel a recebeu com deboche. No entanto, o impacto gerado por ela fez a votação do seu projeto de lei, ao menos, ser postergada.

E qual a diferença entre os 41 profissionais que assinaram a carta e os jornalistas do Coletivo? A diferença é que a ESMAGADORA MAIORIA dos profissionais que assinaram a carta atua na iniciativa privada ou são empreendedores, enquanto os membros do conselho são, em absoluta maioria , assessores políticos. Inclusive, muitos assessores e ex-assessores do próprio Marcel, como Érica Nascimento, por exemplo. Além de assessores de Maxwell Vaz (Michelle Gomes) e de Julinho do Aeroporto (Ana Clara Menezes). Agora vocês entendem porque estes três vereadores são os maiores defensores do projeto? Esta foto abaixo, de uma confraternização do Coletivo realizada no mesmo dia em que o projeto foi defendido na Câmara, mostra bem a "imparcialidade" da maioria destes profissionais... 

Outra foto, muito importante, é sobre um recente evento, do PT, organizado por Marcel Silvano. Nela você vê claramente a quantidade de integrantes do "Coletivo" presentes e pode tirar sua própria conclusão...

EM TEMPO — Atendendo a um requerimento verbal do vereador Gelinho, a palavra estará franqueada a qualquer um dos profissionais que se opõem ao projeto para falar, no Grande Expediente da Câmara, na próxima quarta-feira. 

Para quem não entendeu do que se trata o projeto, na matéria abaixo explico cada uma de suas facetas. 

NOTA DO BLOGUEIRO

Essa nota de rodapé vai para os coleguinhas da imprensa que estão sendo manipulados pelo vereador e/ou seus asseclas e aspones. Não tenho nada contra vocês, inclusive alguns foram até meus funcionários. Uns bons, outros nem tanto. No entanto, quando o assunto é LIBERDADE DE EXPRESSÃO, não me permito ser tutelado por nenhuma pessoa, mandato ou sindicato.

Poderia estar aí neste coletivo com vocês, afinal também sou jornalista e, quem duvida, basta entrar na página do Ministério do Trabalho e pesquisar o meu registro (MTB 28.656/RJ). Também tenho faculdade, pós graduação, e experiência de sobra na área. O que eu não tenho é saco para aguentar investidas totalitárias de aspirantes a Nícolas Maduro debaixo do meu nariz.

Apelo aos jornalistas, a quem eu considero tanto, que PENSEM fora da caixa, ou melhor, do coletivo. Vão até à frente e vejam quem está dirigindo este ônibus e para onde ele está indo. Aplaudo e apoio qualquer iniciativa de fortalecimento da classe dos jornalistas. Inclusive, até os encorajo a criarem uma associação e que, nesta associação, proíbam membros filiados a partidos ou nomeados em gabinetes políticos de serem dirigentes. Aí sim vocês terão credibilidade para propor leis ou regularem o trabalho não apenas da meia dúzia de profissionais que se reúnem no Sindipetro ou nos happy hours, mas sim dos centenas, senão milhares, de profissionais de imprensa de nossa região.

Também parem com esta caça às bruxas, tentando gerar um sentimento faccioso entre quem tem e quem não tem diploma específico na área de jornalismo. Em 17 anos como empresário de comunicação em Macaé eu jamais contratei um profissional sem diploma. Aliás, contratei sim, um jovem promissor chamado Marcel Silvano que ainda estava no último ano do curso. E o fiz porque a lei já permitia na época e ainda permite hoje. Mas o que determina quem é ou não competente para escrever, criar, produzir, apresentar e dirigir sempre será o talento, e não apenas um retângulo de papel, por mais importante e necessário que seja para o aperfeiçoamento humano e pessoal.

A classe jornalística macaense sempre foi unida. Aliás, jornalistas, radialistas, diagramadores, colunistas sociais sempre conviveram bem, sem essa de clubismo ou "grupo de ungidos diplomados". Comparar um coletivo que quer legislar sobre TODOS os profissionais, mas que só admitem jornalistas em sua composição com a Ku Klux Klan, como fez o vereador e radialista Robson Oliveira pode até ter sido exagero. Mas, se julgar melhor do que os outros não seria um ideal supremacista? Pensem nisso.

Beijos em todos. 


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