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Porto de Macaé: a mentira contada mil vezes que virou verdade


Fui o primeiro, entre os jornalistas locais a dizer esta verdade inconveniente. O Porto de Macaé é uma mentira. Deixou de ser verdade desde quando o barril do petróleo caiu de 130 para menos de 50 dólares e a empresa "dona" do empreendimento, a Queiroz Galvão foi atingida em cheio pela Lava Jato. De lá para cá, já disso isso antes, tudo não passou de um grande golpe de Marketing para vender áreas industriais em uma região, até então, "morta" da cidade: o trecho entre Cabiúnas e o Trevo dos 40. Cercado de um punhado de fazendas e áreas rurais menores o local não tinha chance de prosperar, a menos que tenha um porto. Que se dane que seja um porto imaginário, ainda é um porto. Tal como o "Triplex do Lula", mesmo não sendo oficialmente do Lula serviu como Marketing para vender apartamentos no condomínio Sollaris, no Guarujá, o Porto que não é porto vai fazer a venda de áreas na região de cabiúnas bombar.

Uma matéria publicada esta semana pela Revista Viu (leia ela aqui) só reforça isso. Aliás, uma bela reportagem que "dá nome aos bois" e ainda acusa o vereador Maxwell Vaz, o empresário Fabiano Crespo (da Agrivalle e EBTE Engenharia) e o procurador municipal, Augusto César Salgado estarem no Centro de uma conspiração para usar uma lei municipal, aprovada a apenas 3 dias para o final do último mandato em prol de uma única empresa. Nos bastidores, aliás, o que consta que o futuro de Macaé não está no Petróleo, cada vez menos usado como matriz energética pelo mundo (por isso o preço baixo do barril). O futuro é o gás! E, como Macaé tem o maior terminal de processamento de gás do país (o de Cabiúnas) é normal que futuros investimentos passem por aqui: aí está a grande "malandragem da lei" que precisamos explicar.

Como disse em matéria anterior, a lei do zoneamento, que foi aprovada, depois cancelada e está na pauta de novo, cria uma Zona Especial de Logística Dutoviária (ZELD), o que na prática determina que todos os investimentos em processamento de gás (como termelétricas, por exemplo) sejam feitos EXCLUSIVAMENTE nesta área, o que beneficia diretamente aos empresários supramencionados (leia sobre isso aqui). Fora isso, há questões mais "cabeludas", como a criação de depósitos para materiais radioativos, construção de empreendimentos imobiliários, enfim. A Lei do Zoneamento transforma a região literalmente numa ZONA.

Hoje, às 18 horas, esta questão começa a ser debatida com clareza na Câmara. E, esperamos que esta grande mentira que se tornou o porto (até porque se fosse verdade, a construção já teria começado, não acham?) seja, enfim esclarecida. E se houve lobby por parte de vereadores ou de membros do primeiro escalão do governo municipal, que isso seja apurado com o rigor da lei. O povo de Macaé odeia ser feito de palhaço.

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