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Editor do Debate colocou a própria mãe como fantasma na Prefeitura


Ana Lúcia Siqueira da Silva, mãe do jornalista Márcio Siqueira, editor do jornal O Debate tornou-se alvo de um inquérito administrativo instaurado hoje, através da portaria 950/2016 por ser, na verdade, uma funcionária fantasma na administração municipal. Ana Lúcia, que é moradora de Campos e nunca foi vista nas instalações do município não tem, sequer, uma folha de ponto assinada na administração. Nomeada desde 2013 na gestão atual, a mãe de Márcio teria recebido mais de R$ 100 mil reais em vencimentos durante todo este tempo. Dinheiro este que, provavelmente, ela terá que devolver aos cofres públicos, após a conclusão do inquérito.

Além de Ana Lúcia, sua mãe, o próprio Márcio Siqueira também foi nomeado na Prefeitura, exercendo o cargo de "Diretor Técnico" do Instituto Macaense de Tecnologia (IMCT), cargo este incompatível com a sua jornada de trabalho como editor do Debate (leia sobre isso aqui) — inclusive, o Ministério Público já instaurou um Inquérito Civil exigindo explicações sobre sua fantasmagórica atuação. Além do próprio Márcio e sua mãe, outra funcionária do jornal também teria sido nomeada, além de um amigo muito íntimo do editor. Juntos, todos eles, ganhavam mensalmente, quase R$ 20 mil reais.

No entanto, apesar de Márcio ter tanta gente nomeada na Prefeitura (todos devidamente exonerados após as denúncias), a desconfiança é que o editor não tenha ganhado sozinho todo este dinheiro. As autoridades desconfiam que ele na verdade seja apenas um "bucha", usado pelo próprio dono do Jornal para burlar uma decisão judicial que proíbe o jornal de receber qualquer dinheiro do poder público. Através das nomeações, o jornal poderia ter encontrado outra forma de continuar recebendo dos cofres públicos, porém não diretamente.

Vale lembrar que O Debate é investigado por fraude em licitações pela Polícia Federal e alvo da operação "Marco Zero", em que a PF investiga desvio de verbas públicas em quatro prefeituras da região (Macaé, Quissamã, Carapebus e Conceição de Macabu) — leia sobre isso aqui. Recentemente, Oscar Pires, dono do jornal e guru de Márcio, foi denunciado nas Polícias Civil e Federal por praticar falsidade ideológica, na tentativa de fraudar duas outras licitações da Prefeitura de Macaé, em 2013 (leia mais sobre isso aqui).

Agora, resta ao MP e a PF verificar de Márcio, sua mãe, suas amigas ou qualquer outro funcionário do jornal também estão nomeados na Câmara de Macaé. Fica a dica.

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