Plano de governo de Silvinho prevê a desapropriação de mais uma terra de Chico Machado
- André Luiz Cabral
- 13 de nov. de 2020
- 2 min de leitura

Aliado e grande fiador político do candidato Silvinho Lopes (DEM), o deputado estadual Chico Machado tem muito a ganhar, caso o afilhado vença as eleições de 15 de outubro. Isso porque o deputado cobra, na Justiça, uma “dívida” de R$ 173 milhões que a prefeitura deve à sua família pela desapropriação de milhões de metros quadrados de terras (boa parte delas pantanosas e não edificáveis) pela prefeitura. A ironia disso tudo é que boa parte destas desapropriações foram feitas no governo de Silvio Lopes (pai de Silvinho) e Riverton Mussi (seu primo) e a história só piora. Além da possibilidade de, enfim, receber os quase 200 milhões pelas terras, a conta das desapropriações ainda pode aumentar. Isso porque Silvinho acrescentou em seu plano de governo a construção do “Parque da Aroeiras”, um complexo semelhante ao Parque da Cidade. No plano, a área indicada para a construção do novo parque é a do antigo Campo do Nacional, nas imediações da Polícia Federal. Adivinha de quem é a terra? Isso mesmo, de Chico Machado!
O “Parque das Aroeiras” foi anunciado por Silvinho como sua grande solução para o problema dos alagamentos. Em vídeo publicado em suas redes sociais, após as chuvas que devastaram a cidade no último fim de semana, Silvinho explicou que criará uma grande área de retenção de águas neste “Parque das Aroeiras”. O que ele não explicou, e nem vai, é o fato de que aquela terra de Chico Machado indicada em seu plano de governo para a obra, já é uma área de brejo que, naturalmente, alaga e retém a água das chuvas cobrindo os pastos de Chico Machado com uma lagoa natural que se forma toda vez que chove. Trocando em miúdos, o grande plano do engenheiro Silvinho é desapropriar a terra do aliado e gastar milhões de reais para fazer exatamente aquilo que a natureza já faz, só que de graça.
Em 2009, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) iniciou uma investigação sobre as desapropriações realizadas pela Prefeitura de Macaé no período de 2004 a 2008, que totalizariam mais de R$ 200 milhões. Em 2015, o atual prefeito Doutor Aluízio (PSDB) instaurou um procedimento para apurar as desapropriações investigadas pelo TCE e suspendeu os pagamentos, o que levou a uma ação judicial que cobra na Justiça o pagamento pelos terrenos.
Entre figurões da cidade, Chico foi o que mais se beneficiou pelas desapropriações. Fazendas de sua família abriram espaço para a construção de obras como o Novo Fórum, Câmara Municipal, Linha Verde, entre outros. Além disso, diversos terrenos não edificáveis foram desapropriados, como uma fração de terra marginal à Linha Verdade, desapropriada na gestão de Riverton Mussi por R$ 42 milhões. A terra, que na verdade era um brejo foi aterrada para ser construída o que Riverton chamou de “Cidade do Samba”. Anos depois, não há mais cidade e nem samba. Só uma dívida milionária com a família Machado que Silvinho hoje pretende aumentar.
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