Petrobras desobedece decreto e expõe centenas de terceirizados à contaminação em Macaé
"Para a Petrobras só o funcionário efetivo é que conta. Nós, para eles, somos um subgrupo, nem somos gente", é com esse tom de revolta que a terceirizada "N" (sua identidade foi preservada por razões óbvias) falou ao Blog do Cabral sobre a rotina de trabalho no Prédio Endic (Edifício Novo Cavaleiros), uma das unidades administrativas da estatal em Macaé. Desobedecendo o decreto do prefeito Dr. Aluízio, que proíbe aglomerações de mais de 100 pessoas em âmbito municipal, para evitar a propagação do coronavírus, a empresa manteve todos os seus terceirizados trabalhando normalmente: mais de 600 funcionários, das mais diversas cidades e estados, convivendo em espaço confinado, expostos à contaminação.
Assim como "N", diversos outros terceirizados que trabalham no Endic, pensam em pedir demissão. "Porque a Petrobras escalonou seus funcionários, colocando a maior parte para trabalhar em casa e mantém os terceirizados aqui, expostos à infecção em um local que nem sequer tem janelas de ventilação", disse a funcionária, que tem filhos e teme ser um vetor de contaminação para as crianças. "Prefiro passar fome, comer só arroz com feijão puro, do que deixar minhas crianças doentes", disse.
O blog aguarda posicionamento da empresa e também da Prefeitura sobre o descumprimento do decreto.
