Quarta revolução industrial finalmente chega a Macaé: a era do conhecimento
Em seu livro, A Era da Descontinuidade (The Age of Discontinuity, 1960), o economista mundialmente famoso, Peter Ducker previu que chegaria uma época e que o conhecimento seria o grande produto da economia mundial e que, paulatinamente, atividades laborais que exigiam sobretudo empenho físico (como, por exemplo, costurar sapatos) seriam substituídas pelo saber técnico. Na era do Conhecimento (termo também preconizado pelos economista Fritz Machlup, precursor da ideia de "gestão científica"), por exemplo, a mecanização substituiria atividades que são meramente repetições de gestos como, por exemplo, atendimento em caixas de MacDonalds e de Estacionamento Rotativo (hoje substituídos por Totens Eletrônicos).
Com máquinas, cada vez mais acessíveis substituindo a mão de obra pouco qualificada, para onde iriam os empregos antes ocupados por eles? Para Ducker e Fritz, um novo mercado surgiria gerando muitas oportunidades. O primeiro é da mão de obra técnica especializada (afinal, é preciso quem projete, programe e realize a manutenção destas máquinas). A segunda vertente deste mercado é a riqueza gerada pela própria preparação desta turma: Cursos, universidades, etc.
Bem vindo, essa é a quarta revolução industrial, onde o conhecimento gera tanto (ou mais) dinheiro do que atividades primárias, como agricultura ou manufatura básica.
Dito isso, Macaé começa a caminhar, a passos largos em direção às oportunidades desta industria. Afinal, para tirar a população do subemprego dos caixas de Fast Foods (que brevemente será substituído por computadores), é preciso qualificar a população para ascender, não apenas em níveis financeiros, mas sim para enriquecer da verdadeira moeda que vai governar o mundo nas próximas décadas: o conhecimento.
PASSOS PARA O FUTURO: Polo de formação em cursos de graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado de seis instituições de ensino público superior, Macaé se estabelece também como a principal cidade do Estado do Rio de Janeiro a manter um modelo de gestão que integra investimentos públicos municipais, e recursos estaduais e federais, importantes para garantir a oito mil universitários a realização do sonho de vida, através do estudo. Hoje, a Cidade Universitária acolhe mais de cinco mil alunos das quatro instituições que compõem o polo acadêmico municipal: Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), além da Faculdade Municipal Miguel Ângelo da Silva Santos (FEMass). Modelo de gestão pioneiro no Estado, a manutenção desse campus de ensino público assegurou a continuidade da formação acadêmica de todos esses universitários, mesmo no período de redução de verbas dos governos estadual e federal, em função da crise que afetou todas as cidades fluminenses nos últimos quatro anos. O desafio da prefeitura em investir no ensino superior tem como resultado a prestação de serviços gratuitos e de qualidade para a população, através do Centro de Apoio Jurídico, Laboratório de Descarte de Medicamentos, Núcleo de Apoio Fiscal e Ações em Medicina, mantidos pelos universitários em formação. Outros três mil alunos participam dos cursos de ensino superior dos polos da Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF) e do Instituto Federal Fluminense (IFF), que contribuem também com a formação de profissionais em áreas técnicas, importantes para a dinâmica offshore e demais setores ligados a cadeia produtiva de óleo e gás.
Assim, passo-a-passo, a cidade começa a se adaptar ao novo momento econômico mundial, pois já é uma ideia ultrapassada apostar no petróleo como único vetor do crescimento. Afinal, o petróleo um dia acaba, já conhecimento, esse dura para sempre!
André Luiz Cabral, jornalista, teólogo e acadêmico de Direito
