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Eleição BBB: sem coligações partidárias, vereadores correm o risco de eliminação


Dos 17 vereadores que hoje tem sua cadeira na Câmara de Macaé, muitos correm o risco de perderem as eleições mesmo antes delas começarem. Uma Proposta de Emenda Constitucional, aprovada em outubro do ano passado pelo Senado, e convalidada pela Câmara, acabou a possibilidade de coligações partidárias para as eleições municipais de 2020. Na prática isso significa que aquelas saladas de três, quatro e até cinco partidos que eram feitas à véspera das eleições (à custas de muita grana) para elegerem um ou dois vereadores (no voto de legenda) acabaram. Nas eleições vindouras, é cada partido por si. Os que tiverem alcançado o Quociente eleitoral para fazer vereadores sobreviverão. Os que não tiveram, babau.

A dificuldade para quem tem mandato é, portanto a seguinte. Imagine o cenário sendo o você o presidente de um pequeno partido, com um número X de candidatos já dispostos a concorrer o que dá para fazer voto de legenda suficiente para apenas um vereador. Tudo o que você menos vai querer neste "seu" partido é um vereador com mandato e estrutura para tirar a sua vaga (afinal, você não é bobo). Esse é um cenário. Outro cenário são os "mega blocos". Vereadores que não querem pagar o preço de "montar um partido" que acabam formando blocos e competindo nas cabeças. Neste caso, o risco também é grande e a "linha de corte" (número mínimo de votos para se eleger) fica mais letal do que pipa com cerol. Só para lembrar que o MDB, nas eleições passadas teve vereador que perdeu a cadeira, mesmo tendo 2400 votos nas urnas. Logo a tendência é que não se formem mais "mega blocos", o que aumentaria o risco para seus financiadores. O ideal é um ou dois "puxadores de votos" dando possibilidade para um terceiro vereador entrar na sobra.

QUEM VAI DE CARRO, QUEM VAI DE SIT E QUEM VAI A PÉ — Em Macaé, atualmente, há poucos vereadores que realmente podem contar com partidos certos. O presidente da Câmara, Dr. Eduardo é presidente do PPS desde sempre e isso dá segurança de sobra para ele e seus confederados. Outro que também está dispensando um esforço para montar o partido é o vereador Cezinha (Proes). Maxwell Vaz (SD) e Marcel Silvano (PT) também não terão problemas para conseguir uma base para buscar a reeleição.

Fora do radar da Câmara, dois grandes pólos serão o PSD de Chico Machado e o PSL do deputado federal Felício Laterça. O PSL, aliás, deve formar uma grande frente abarcando grupos autônomo de Direita da Cidade. Outros partidos como o DEM (que está há mais de duas décadas nas mãos do pastor Nilson Mendonça), o PSC do governador WItzel (agora sobre o comando do deputado estadual Bruno Dauare) e o PSB (de Alessandro Molon, que vem namorando à distância com Marcel Silvano) também se articulam nos bastidores. Patriotas, PRTB e Novo também trocaram diretórios recentemente, mas não se sabe ainda se a "base" é sólida suficiente para eleger vereadores.

Ah, não podemos esquecer do PDT, que está provisoriamente nas mãos do ex-prefeito Riverton Mussi (liderança ameaçada pelos processos de inelegibilidade que afetam o ex-político) e o PSDB do também ex-prefeito Silvio Lopes. O PSDB aliás, confirmou que terá candidato próprio a prefeito, só não se sabe se tem base para formar bancada na Câmara. Nos bastidores o caldeirão ferve.

Se eu, como jornalista, pudesse dar um conselho aos vereadores, só cantaria os versos do Zeca Pagodinho: "Camarão que dorme a onda leva".

EPÍLOGO: Antes que me perguntem: e o partido do prefeito Dr Aluízio? Respondo com uma outra pergunta: quando foi que o prefeito se preocupou com eleição de vereador? Em 2020 é cada um por si e quem ficar que apague a luz!


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