Conduta imoral de Moro não anula crimes praticados pelo PT no poder
- André Luiz Cabral
- 10 de jun. de 2019
- 2 min de leitura

Quem pensava que a quadrilha petista estava morta, se enganou. Com a proeza de hackear ilegalmente os telefones de um ministro e de um procurador da Lava Jato (Deus sabe quem mais pode ter tido a sua privacidade violada), a milícia conseguiu colocar em xeque o caráter da Lava Jato ao comprovar o óbvio: a prisão de Lula e o vazamento de informações às vésperas das eleições passadas foi uma ação coordenada para ferir o âmago do PT. Moro usou e abusou da caneta de juiz (e quanto poder tem essa caneta!) para ferir o chefe da maior quadrilha que já governou esta república. Mas ninguém atira em bandidos (sim, bandidos!) impunemente. Claro que, cedo ou tarde, haveria troco. Me estranha, inclusive, o fato de o ministro ainda estar vivo depois disso tudo!
Vendo todo o burburinho e euforia gerados com o vazamentos das conversas entre Moro e o procurador da Lava Jato Dellagol fico imaginando: Deus, para onde a sanidade foi neste Brasil? De um lado a turma do "Lula Livre" pede o fim da Lava Jato e grita aos quatro cantos que Lula é inocente. De outro, os defensores cegos da Lava Jato e de Bolsonaro desqualificam as provas ou as minimizam com o velho argumento maquiavélico de que os fins justificam os meios. Ambos os lados estão errados: a briga de Moro com Lula é uma luta de facções. Ambos os lados estão errados! )Os crimes de Lula não justificam a conduta de Moro. Nem tampouco a conduta de Moro abona os crimes de Lula. O ex-presidente continua um criminoso (o que foi comprovado por um cabedal de provas que confirmou sua condenação em quatro instâncias) e Moro continua sendo um juiz que usou a caneta para fazer política. Fim!
Pedir o fim da Lava Jato, para salvar Lula e o projeto petista de poder é o mesmo que pedir para soltar Fernandinho Beira Mar porque há policiais corruptos combatendo o tráfico. Quer dizer que os bilhões de reais recuperados pela Lava Jato, a prisão de Cabral e companhia e a verdadeira limpa que a operação fez no país não valeu de nada! A Lava Jato é uma força tarefa que nasceu, não no gabinete de Moro, mas sim nas exaustivas horas de investigação de cetenas de agentes da Polícia Federal. A Lava Jato não é Moro. Se o ex-juiz errou, que pague por seus erros. Mas seus erros, jamais vão apagar as condutas criminosas de Lula no Triplex, Sítio, BNDES, Palestras fantasmas e etc.
O bem que a Lava Jato fez ao Brasil e ao sentimento de justiça que, pela primeira vez, superou o senso comum da impunidade não pode ser anulado por conta desta estratégia espúria de ataque contra o Judiciário em benefício de um único condenado. Não é Moro que está em xeque mas, sim, todo o ordenamento jurídico brasileiro. Defender o fim da Lava Jato é defender a inocência de todos os bandidos que a operação colocou na cadeia, entre eles Cabral, Piccianne, Pezão e Michel Temer! Lula não vale tanto a pena assim. Ninguém vale!
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