Macaé perde poeta, artista plástico, e jornalista Martinho Santafé
A cultura de Macaé e região amanhecerá mais pobre a partir desta data. Dono de uma carreira ímpar no jornalismo regional, Martinho Santafé faleceu hoje, em Campos em decorrência de um câncer agressivo deste o ano passado. O que se sabe, até agora é que a perda é irreparável.
Artesão de mãos habilidosas e escritor de punho afiado, Martinho transcendia o limite do jornalismo formal e conseguia imprimir, com criatividade e profissionalismo, arte em tudo o que fazia. Passou pelas redações dos principais jornais da região, desde a década de 1970 quando desembarcou em Campos como correspondente do Jornal O Fluminense. De lá, passou pela Folha da Manhã (onde foi editor chefe e publicava artigos até os dias atuais), Jornal A Cidade, O Debate além de fazer correspondência com vários jornais da capital, em matérias do segmento offshore.
Recentemente, dedicava-se à arte plástica ao mesmo tempo em que atuava no terceiro setor, fundindo sua experiência jornalística com o ativismo socioambiental. Junto com a esposa, a publicitária Bernadete Vasconcellos criou a revista Visão Socioambiental e, em seguida, a primeira Feira de Responsabilidade Socioambiental, evento que entrou para o calendário da Bacia de Campos.
Sobre a doença, que arrasava seus dias e abreviava seu tempo, o poeta escreveu. "Ocupo este espaço para agradecer as manifestações de solidariedade e garantir que continuo bem, apesar de tudo. E no meio de toda essa tempestade de fortes emoções (neste momento o meu tempo lógico ultrapassou os limites do razoável), prefiro citar um verso do multipoeta Paulo Leminski: "Distraídos, venceremos!" Mesmo que no meio do caminho haja uma pedra. Enorme. Gigantesca. Mas apenas uma pedra".
Martinho venceu. A morte não pode calar um poeta!
