Acidente no Terminal: o exemplo da indecisão que atrapalha o progresso
- André Luiz Cabral
- 17 de jan. de 2019
- 2 min de leitura
Um governo que se pauta pelas críticas das redes sociais e que acredita no Twitter como a mais efetiva arma de comunicação não vai conseguir sair do casuísmo e andará em círculos. Esse tem sido o erro de políticos da região, entre eles o prefeito de Macaé, Dr. Aluízio que, embalados pela "onda Bolsonaro" resolveram também se tornar "gênios da comunicação". Ledo engano. Não foi o Twitter que elegeu Bolsonaro. Outra coisa, campanha eleitoral é uma coisa e governo é outra. Como analista de marketing sei do que estou falando e como jornalista já vi muita gente se dar mal por este caminho. Sabe aquele acidente que quase matou uma senhora no Terminal Central de Macaé? Ele poderia ser evitado se o governo não navegasse de acordo com a mare do humor das redes sociais.
Lembro da primeira coletiva de imprensa (eu estava lá), quando o prefeito anunciou o fechamento do Terminal para obras. Foi sincero, falou dos transtornos que o fechamento causaria e dos planos da SIT e da mobilidade para amenizarem os problemas. Todo mundo saberia que o processo seria traumático e que haveria transtornos (sobretudo para a população). Mas, tal como uma cirurgia gera traumas, mas é necessária para salvar um paciente, consertar o sistema de transportes não seria diferente. Como neurocirurgião Aluízio sabia disso. Porém, bastou a primeira semana de caos (mais do que esperado) no Transporte Pùblico para recuar e mandar reabrir o terminal, mesmo com a obra já licitada e o contrato aprovado pelos órgãos de controle.
Deixou-se abalar pelas redes sociais, navegou à maré da opinião pública e, em vez da cirurgia invasiva, deixou o tumor crescer até estourar na cabeça de uma pobre inocente. Poderia ser pior, claro. Mas o trauma seria evitado se o prefeito esquecesse a comunicação (que não é a sua especialidade) e pensasse no governo que é a sua verdadeira missão. Medidas necessárias nem sempre são aceitas pela maioria da população, ainda mais aquelas que causam mudanças em sua rotina. Porém são necessárias para evitar problemas ainda maiores.
A lição que fica, não só para Aluízio mas também para os seus pares que controlar a opinião pública via aplicativos sociais é impossível, ainda mais para quem não entende tecnicamente do assunto. Até Bolsonaro já entendeu isso e contratou um porta-voz. E o prefeito, acreditando que uma conta pessoal Twitter é a perfeita substituta para profissionais e veículos de comunicação de credibilidade vai entender, pelo bem ou pelo mal, que está redondamente enganado...
Em tempo: se quer agradar a todo mundo, é melhor, em vez de ficar abrindo e fechando o terminal, mandar colocar logo uma porta giratória...

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