Professora aposentada por invalidez é vítima de boatos em Macaé
Ontem, uma declaração feita pelo vereador líder do governo, Julinho do Aeroporto gerou uma onda de boatos em Macaé. Isso porque, num discurso em que homenageava as mulheres que trabalham em seu gabinete, ele acabou citando o nome da pedagoga Sandra Araújo. "Ela é aposentada por invalidez, ma não é inválida e colabora muito com o gabinete" disse Julinho. Rapidamente, o vídeo de sua fala viralizou pelos grupos de Whatsapp da cidade, onde diversas pessoas sugeriram que a professora aposentado teria um vínculo ilegal com o gabinete do vereador, o que poderia se caracterizar uma fraude previdenciária.
Na busca sempre pela verdade dos fatos, o Blog foi ao gabinete do vereador procurar Sandra e constatou que ela realmente colabora com o mandato do vereador, frequentando inclusive o mesmo durante o expediente comercial. No entanto, ao contrário do que foi dito, a mesma não tem nenhum vínculo empregatício ou nomeação no gabinete do vereador. "Não ganho nenhum centavo do vereador, venho aqui na condição de cidadã colaborar com o mandato de forma voluntária. Sou muito grata a Julinho por ele ter me ajudado quando estive doente e não preciso do dinheiro dele para me sustentar. Faço meu trabalho social, porque sei que assim posso contribuir com minha cidade".
Sandra contou ao Blog que foi aposentada, contra a vontade dela, em 2006, quando enfrentou um quadro de câncer. Na época, a Previdência na Prefeitura entendeu que ela não teria mais condições de estar em sala de aula, porque a doença a havia debilitado física e emocionalmente. "É muito difícil ser considerada inválida. Me senti uma inútil, não queria de forma nenhuma me aposentar e nunca pedi isso. Fiquei em depressão.
De acordo com Sandra, desde quanto se aposentou ela se engajou, por gratidão nas campanhas e nos projetos sociais apoiados pelo vereador. E, desde o fevereiro do ano passado, foi convidada por ele a ir ao gabinete colaborar de alguma forma. "Estava mesmo ociosa em Casa e não vi problema nenhum de estar aqui no gabinete ajudando as meninas. Não tenho obrigação de cumprir horário, até porque não sou paga por ele. Quando estou me sentindo bem venho aqui e faço a minha parte", disse.
