Anarquinópolis 2017, cap. 14: A Feira, o porco e o delegado
- André Luiz Cabral
- 22 de jun. de 2017
- 2 min de leitura

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Em nosso último capítulo você talvez tenha lido que as coisas estavam quentes no Parlamento, principalmente devido ao empenho do lobb... ops, ativista “Maquiavel Porto Faz” que encabeçava um movimento pelo Porco Já. No entanto, numa audiência convocada por nosso impávido e colosso príncipe Dr. Bonitinho, o movimento se enfraqueceu, porém não morreu. Veja o que aconteceu em seguida!
Eram tempos difíceis em Anarquinópolis. Sem Porco e com a esgotolina valendo menos do que o esgoto, a cidade começava a virar uma serra pelada. Pelada e prostituída vendendo seus dotes na rua da Raia. Não havia esperanças: pessoas estavam desempregadas, desesperadas. A situação estava tão difícil que os crentes já estavam parcelando o dízimo em 10 vezes no carnê e os pembeiros, coitados, substituíam as galinhas de sua oferenda por humildes cubinhos de Caldo Knnor.
Mas nada estava perdido. Nada ainda. Disposto a mais uma vez salvar a pátria, bem ao estilo Sassá Mutema, nosso marketólogo príncipe pegou o primeiro avião e partiu para a capital. Foi para lá, cheio de esperança de atrair investimentos para Anarquonópolis. No entanto, ao chegar no Congresso levou um susto vendo uma correria. Metade do Parlamento estava correndo da polícia enquanto a outra metade estava negociando delações.
— O que eu farei? Isso aqui está um caos. É melhor eu voltar antes que sobre para mim — disse Dr. Bonitinho a ele mesmo (porque ele não gostava de levar ninguém nestas suas viagens). Porém, ele não voltaria de mãos abanando. Habilidoso como poucos, nosso amado príncipe fez o que fazia de melhor: gravou um vídeo. E, em um simples vídeo lançou um movimento internacional pelo reinventamento, reinvestido do reinvestimento de Anarquinópolis enquanto voltava para Anarquinópolis. Lindo!
Mas, as boas notícias não paravam por aí. Afinal, estávamos na época da feira Esgotosghore, que de dois em dois anos, enchia de gringos o nosso imponente Centro de Poluições. A imagem fálica em forma de “S” no início da cidade se iluminava com bandeira de vários principados. A cidade, enfim, respirava esperança. E o povo de Anarquinópolis não poderia estar mais feliz.
Taxistas se preparavam para dar cinquenta voltas pela cidade com os gringos elevando os trajetos, e os lucros de sua atividade. Nas esquinas, as árduas (e ardidas) trabalhadoras do entretenimento adulto já renovavam seus estoques de Jequiti para deixar o produto cheirosinho, padrão exportação. Enquanto isso, seus filhos, amados, estavam no Parlamento ainda travados sem resolver a questão do Porco. Revoltado com alguns jornalistas que resolveram denunciaram em tom “RobertoBarbosiano”, Maquiavel Taz foi na delegacia denunciar todo mundo que escreveu qualquer coisa sobre seu lob...ops... empenho em favor do Porco.
Foi na delegacia, junto com o seu colega Ruim Malandro e protocolou o processo contra os jornalistas. Protocolaram, fizeram a foto para o jornalista “Mais Que Rampeira”, assessor de Maquiavel e editor do “Descarte” publicar e deram no pé da depê.
— Tá correndo por que, Maquiavel? — Perguntou Ruim Malandro.
— Tá louco, veio! Vai que o delegado resolve fazer algumas perguntas...
Por motivos de segurança, esta novela acaba por aqui....
AVISO: Anarquinópolis é uma novela, portanto uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fatos ou personagens da "vida real" não passará de mera coincidência...
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