Anarquinópolis 2017: capítulo 3 (o dia da amante)
Conforme prometido, hoje é quinta-feira, dia de divulgar a novela mais infame da região. Confirma o capítulo 3
Capítulo 3 (o dia da amante)

Era um dia comum em Anarquinópolis. Após acordar às 4 da manhã, andar 50 quilômetros de bicicleta, fazer crossfit, bronzeamento artificial, pedicure e ainda atender 500 pacientes no hospital, Dr Bonitinho, nosso eufórico príncipe foi trabalhar. E ainda era 7 e meia da manhã. Chegando a uma das 50 secretarias que ele acumulava como secretário, médico, príncipe e filantropo (Tony Stark que se cuide), Bonitinho resolveu ler os jornais. Não aqueles jornais ralés de Anarquinópolis, que ele usava como banheiro para Rex, sua iguana de estimação. Dr. Bonitinho só lia jornal de capital. E lendo um desses jornais, ele leu que em "Derrota", capital do sanduíche geográfico feito com Pão Carioca e Baiano, estava em chamas. "É preciso fazer algo!" gritou e bateu na mesa, quase matando do coração as caquéticas velhinhas da secretaria de Saúde (um dos seus 20 gabinetes espalhados pelo principado).
— Não posso permitir que isso aconteça aqui! — disse ele.
— Acontecer o que, ó fabuloso príncipe — perguntou um de seus aspones que ora foi poderoso, mas agora lutava para reconquistar o seu lugar ao sol.
— Lá em "Derrota", as esposas dos soldados proibiram eles de trabalharem e a bandidagem tomou conta. Imagina se isso acontece aqui? — Confabulou o príncipe.
— Mas, ó magnífico e bronzeado príncipe, nosso principado já é cheio de bandidos mesmo. Que diferença faria?
— Não ouse me questionar. Vou dar uma grana para os soldados para que as mulheres deles não os proíbam de trabalhar. Vai que isso vire moda — disse o príncipe.
— As mulheres dos soldados em si não são os problemas, vai que as amantes dos políticos resolvam protestar. Não restará um político sequer nas ruas de Anarquinópolis — concluiu o assessor, fazendo o príncipe rir por oito dias e oito noites ininterruptas. Fizeram as pazes!
Proposta enviada para o parlamento e, claro, foi devidamente aprovada por todos, menos "Pastel Malandro" que, após passar um tempo no muro, resolveu descer para o lado da oposição. Até mesmo o parlamentar "Downvel" resolveu votar a favor, com medo de levar uma carecada do parlamentar "Pau Roucunes" e cair do muro de cara no chão.
Aprovada a bufunfa para os soldados, o parlamento se afastou bastante da polêmica, e resolveu fazer uma homenagem ao Dia da Mulher. No entanto, muito perspicaz, o parlamentar "Maquiavel Taz" resolveu também fazer uma homenagem às amantes. Tá certo. Vai que alguns políticos esqueçam de homenagear também suas mulheres extra-oficiais. Vão apanhar duas vezes. Uma quando chegar em casa e outra quando resolver "sair para uma reunião política"
Atenção: Anarquinópolis é uma peça de humor e ficção. Portanto, qualquer semelhança com fatos, lugares ou personagens da "vida real" não passará de mera coincidência.